Com o barulho ensurdecedor da música eletrônica, Karen não pode ouvir seus próprios pensamentos. E é melhor assim. Quando está longe das baladas, das festas, do som alto, ela é obrigada a ouvir sua consciência passar a limpo a sua vida, e quase nunca isso é bom.
Karen Minami é mais uma adolescente perdida em uma torrente de emoções intensas e conflitantes. Com problemas em casa e fora dela, acostumou-se com a falta de paz que a segue onde quer que esteja. Algumas vezes pensa em mudar. Mudar de casa, mudar de vida, mudar de mundo. E entre essas ideias de mudança, acredita que seria melhor se não estivesse viva. Felizmente, nem tudo o que imagina para si acontece.
Dentro de casa o mundo de Marli é de ponta-cabeça. Se fecha os olhos, consegue enxergar o teto sob seus pés e os móveis caindo do chão sobre seu corpo. O peso concreto que sente nos ombros, entretanto, passa da imaginação. São os problemas, muitos problemas, que se abrem em leque na sua frente para que ela possa sofrer com um de cada vez, ou todos ao mesmo tempo, como preferir.
Sua filha, Karen, mal para em casa. Talvez nem faça tanta diferença assim, já que quando ela está ali o clima continua tão ruim quanto antes. Sabe que tem algo errado com a menina, mas o que pode fazer?
O apoio de seu esposo tornaria muito mais fácil carregar o mundo nas costas. Ensaia uma conta de divisão de problemas e se lembra de que o homem com quem compartilha a vida não é solução, mas causa de mais transtornos.
Impaciente e agressiva, a imagem de pai que Karen tem é avassaladora. Dia sim outro também ela vê seus pais brigarem dentro de casa. Quando nervoso, o pai grita, joga móveis, quebra coisas. Quando triste – isto é, sempre –, a mãe grita, chora e perde o sono.
Talvez tenha sido esse um dos fatores para Karen sentir seu corpo oco. Esse enorme vazio que se apossa dela cada vez que está longe dos amigos é depressivo. Para se livrar da sensação de que não pertence a lugar nenhum, a adolescente se afunda em baladas, álcool e, algumas vezes, até pequenos furtos. São emoções rápidas, que aliviam a impotência naquele momento, mas voltam mais fortes a cada noite.
Segurança e felicidade
Vivendo como vivem, qualquer forma de escapar é válida. E é pensando assim que Karen conhece o Centro de Ajuda Espiritual da Universal, na província Shiga-Ken, no Japão.
“Fui convidada para participar de uma reunião no Centro de Ajuda. Foi então que aprendi a usar a minha fé e a minha vida começou a mudar. Parei de beber, o meu caráter foi transformado e eu queria ver essa mudança na minha família também”, relembra, meses após sua primeira reunião.
Para Marli, acompanhar a filha à Universal foi fácil. Difícil mesmo foi perceber que o problema não estava apenas ao seu redor, mas também, e principalmente, dentro de si.
“De fato minha filha teve uma mudança radical em sua vida, por isso comecei a participar das reuniões com ela. No começo eu ia apenas para passar mais tempo com ela, mas quando entendi que precisava da ajuda de Deus, minha vida também mudou. Hoje sou uma pessoa segura e muito feliz. Aprendi a usar a fé inteligente e estou vendo os resultados.”
Os resultados a que Marli se refere são evidentes. Graças às orações em família, a paz passou a habitar o lar Minami. Onde antes havia impaciência e agressividade, agora existe amor e harmonia. Onde antes havia o barulho do mundo, hoje há a paz de Deus.
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